A Doença de Tay-Sachs, um distúrbio neurodegenerativo raro e progressivo, impõe grandes desafios à equipe anestésica e à equipe multidisciplinar envolvida no cuidado perioperatório. No pós-operatório, o foco deve recair não apenas sobre a estabilização clínica, mas também sobre o alívio da dor, a minimização de estímulos desconfortáveis e a humanização da experiência do paciente e da família.
Pacientes com Tay-Sachs, especialmente em fases avançadas, podem apresentar hipersensibilidade a estímulos sensoriais, crises convulsivas e respostas neurológicas imprevisíveis. A analgesia deve ser cuidadosamente planejada para não agravar a depressão respiratória e manter o conforto sem excessiva sedação.
A integração entre especialidades é essencial para conduzir o pós-operatório de forma segura, ética e centrada no paciente.
Neurologia:
Enfermagem:
Fisioterapia:
O pós-operatório deve ser compreendido como uma extensão do cuidado integral ao paciente e à família, especialmente quando se trata de procedimentos paliativos. A comunicação clara, empática e contínua é pilar da boa prática médica.
No contexto da Doença de Tay-Sachs, o pós-operatório transcende a recuperação cirúrgica e assume uma dimensão de cuidado compassivo, técnico e humano. A atuação de uma equipe multiprofissional focada na qualidade de vida, no controle da dor e no suporte familiar faz toda a diferença na trajetória do paciente, especialmente em fases avançadas da patologia. A anestesiologia, integrada a esse processo, cumpre papel essencial não apenas no manejo clínico, mas também no acolhimento e no respeito à dignidade humana.