Parada cardíaca durante a anestesia

Mas Doutor, eu morro de medo de anestesia. E se eu tiver uma parada cardíaca durante a anestesia? Durante os meus anos em anestesia, esta tem sido uma das perguntas mais frequentes. É claro que este é um medo real. E o medo do paciente nunca deve ser desprezado. Mas se nós entendermos como a anestesia funciona e qual o papel do médico anestesiologista, então tudo fica muito mais tranquilo. 

       Qual o risco da parada cardíaca ocorrer?

 A parada cardiorrespiratória é um evento dramático e que tem sido objeto de estudo e de grande esforço por parte dos médicos ao longo da história. Mas apenas recentemente, no último século, tivemos avanços significativos nesta área. As chances de sobrevivência de uma pessoa que sofre uma parada cardíaca fora do hospital ainda são baixas, por volta de 10%. E isto se deve a falta de pessoas treinadas para reconhecer e intervir na parada. Já dentro do hospital, estes números, apesar de não serem tão bons, já são muito melhores. Entre 18% e 36%. Agora quando o assunto é anestesia, o risco de uma parada cardíaca durante o procedimento varia muito entre os estudos realizados entre diversos países. De 0,5/10.000 anestesias até 55/10.000 anestesias. Porém com um desfecho positivo, ou seja, com a sobrevivência do paciente em aproximadamente 70%. 

       E o médico anestesiologista?

 O médico anestesista era o médico inicialmente responsável por aliviar a dor do paciente durante a cirurgia. Mas com a evolução da especialidade e do conhecimento, hoje o médico anestesiologista é responsável por todo o momento perioperatório. Ou seja: cuida do paciente antes, durante e após a cirurgia. Isto porque o médico anestesista é o médico clínico geral do centro cirúrgico. O médico intensivista, altamente treinado e capacitado não apenas para diagnosticar doenças. Mas também altamente treinado para as situações de emergências, como a parada cardíaca, sendo  portanto o líder da equipe de ressuscitação dentro do centro cirúrgico.Porém vale ressaltar aqui, a grande diferença estatística de intercorrências que vimos acima. E isto se deve principalmente por conta do país, do local aonde o procedimento foi realizado e o quão capacitada é a equipe de saúde.Por isto é importante que, antes de qualquer procedimento, você verifique se o médico é especialista devidamente registrado em seu conselho e também certificar-se da qualidade do local aonde o procedimento será realizado. Não se esqueça de conversar com o médico anestesista antes da cirurgia. Uma avaliação pré-operatória adequada permitirá a ele conhecer as tuas necessidades, o teu estado de saúde e também as medicações que você usa. Desta forma, o médico poderá planejar a tua anestesia, para que você passe por uma cirurgia do modo mais tranquilo, indolor e seguro possível.

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12 Replies to “Parada cardíaca durante a anestesia”

  1. Nunca fiz cirurgia a não ser em um dente,mas me preocupo com anestesia geral isso porque sou diabética, hipertensa e tenho insuficiência aórtica leve.

    1. Olá Evania, tudo bem?
      Obrigado por seu comentário.
      A sua preocupação não é sem justificativa. Mas o fato é que, quando feita uma avaliação pré-anestésica cuidadosa, com solicitação de exames e conversa prévia com o médico anestesiologista, é possível avaliar todos os riscos, quantificá-los e traçar estratégias para durante a anestesia e a cirurgia, tornar este procedimento o mais seguro possível.
      Então, apesar de ser uma preocupação válida, o médico anestesiologista, especialista, é capaz de contornar cada uma destas preocupações, tornando o procedimento seguro e confortável.

  2. Dro meu nome e Maria Helena tenho 64 anos, gostaria de fazer uma abdominoplastia nunca tive problema, já fiz mama com 18 anos , cesária com 32, e cirugia d vesica para retirar pois tinha muitos cálculos, passei sempre bem, mas hoje tenho mais idade, posso passar por esse procedimento risco de infarto ou outras situações. Meu email , helenasantos.mar@gmail.com

    1. Olá Maria Helena, tudo bem?
      Hoje podemos observar uma grande mudança nas indicações de cirurgia. Sendo que a idade já não é mais um fator absoluto de contra-indicação. Mas sim o estado atual de saúde do paciente. O importante é sempre fazer uma excelente avaliação pré-anestésica e garantir um planejamento adequado de todo o procedimento, conhecimento de todos os riscos e o planejamento de como evitar cada um deles.
      O interessante não é “não ter riscos”, mas conhecer os riscos para que se possa evitá-los. Assim como atravessar a rua. Se sabemos do risco de atropelamento, vamos procurar a faixa de pedestre, no sinal vermelho, olhando dos dois lados antes de atravessar. Não é a ausência do risco que torna seguro. Mas o conhecimento dos riscos e as medidas para evitá-los.
      E se quiser, pode contar conosco para te ajudar neste processo.
      Para agendar, basta enviar e-mail para contato@ivanvargas.com.br e teremos prazer em te ajudar.
      De qualquer forma, desejo boa sorte e sucesso na cirurgia!
      Atenciosamente,

  3. Olá, em abril tive um choque anafilático na laparoscopia para retirada da vesícula. O médico me pediu para investigar a causa, que ele imagina ser em virtude do rocurônio.
    Agora estou prestes a ganhar minha filha com um parto cesárea, e tenho muito medo de ter novamente um reação dessas e morrer.
    Vou ter ela no mesmo hospital que tive essa intercorrência o que me deixa mais tranquila, porque sei que eles tem todo o preparo no caso de algo acontecer.
    Mas gostaria de saber se tem algo que possa fazer para antecipar sobre a reação da anestesia da cesárea.
    Já fiz outra cirurgia plástica e não tive nenhuma reação.
    Obrigada

    1. Olá Marcele, muito obrigado pelo teu comentário.
      Realmente uma situação muito delicada. Mas fico feliz de no momento desta situação tão dramática, você estar em um ambiente adequado e com um médico anestesiologista ao teu lado, para pronto manejo e recuperação.
      É muito importante que uma investigação detalhada quanto ao que pode ter induzido a alergia, seja conduzida. Pois assim será possível evitar que seja administrada a substância a qual você apresentou alergia, seja novamente utilizada.
      Tão importante quanto isto, é contar com detalhes todas as informações deste evento para o médico anestesista que vai te acompanhar neste novo procedimento. Pois assim ele terá como se preparar para que tudo vá bem.
      Desejo sucesso nesta cirurgia e parabéns por este presente que vai chegar!
      depois conta para gente como foi!
      Abraços,

  4. De irei fazer umã lipoaspiração ultraHD mas com tantos casos de óbito estou com medo, vou fazer com medido renomado e em hospital ainda assim estou apreensiva. Devo fazer?

    1. Oi Conceição, tudo bem?
      A lipoaspiração, assim como qualquer outra ciurgia, possui indicações, contra-indicações e riscos. Não existe procedimento “simples”. Porém, atravessar a rua também é. O que torna seguro atravessar a rua é ir até a faixa de pedestre, olhar para os dois lados antes de atravessar, esperar o sinal ficar vermelho e então seguir.
      Dito isto, o problema é não conhecer os riscos e não estar em ambiente adequado, com profissionais capacitados para tratar qualquer intercorrência.
      O mais importante é: antes de realizar o procedimento, converse com o médico anestesiologista. Na consulta de avaliação pré-anestésica será possível identificar os riscos e planejar uma resposta adequada a cada situação. E ele poderá te ajudar a escolher o melhor local e a melhor técnica anestésica a ser realizada.
      Pelo que você está relatando, com certeza o teu cirurgião deve ter um médico capacitado em sua equipe. Converse com ele antes. É isto que tornará o procedimento seguro.
      E qualquer coisa, estamos aqui à tua disposição. Pode entrar em contato pelo e-mail: contato@ivanvargas.com.br
      Desejo boa sorte e sucesso na tua cirurgia!
      Depois conta aqui como foi!

    1. Oi Claudirene, que história impressionante esta. Se puder, gostaria de saber mais detalhes. E antes de tudo, gostaria de dar os parabéns ao anestesista que te acompanhou, porque mesmo em uma situação tão dramática como esta, hoje você está aqui compartilhando sua história conosco.
      Em relação a estes eventos de parada cardíaca, é necessário primeiro entender, a qual cirurgia você foi submetida, quais eram as circunstâncias, se emergência ou eletiva, o teu estado de saúde no momento e tudo o que aconteceu. Só assim é possível ter uma opinião mais clara a respeito. Mas podemos dizer que, o fato de isto ter acontecido antes, não significa necessariamente que acontecerá novamente. E uma vez reconhecido os riscos que te levaram a esta situação, é possível trabalhar para evitar que elas aconteçam novamente.
      Se você está em programação de nova cirurgia, me coloco a disposição para discutirmos a melhor estratégia para tornar o procedimento mais seguro possível.
      basta agendar uma consulta através de: contato@ivanvargas.com.br e conversamos.

  5. Boa tarde. No dia 09/05/2024 fui submetido a uma ablação cardíaca por catéter para correção de uma FA que em janeiro me incorreu em um AVC isquêmico. No momento da sedação, algo errado aconteceu e fiquei alguns instantes sem respirar, pois houve dificuldade em entubar. Tiveram que solicitar a ajuda de outro anestesista que estava presente no hospital para ser feito a entubação via laparoscopia, sendo que não sei quanto tempo fiquei sem respirar. Após isso, voltei a respirar e a cirurgia transcorreu normalmente, durando 4:25h. O médico não me explicou o que pode ter dado errado, mas me disse que quase me “perderam” na cirurgia. Sempre fico me perguntando o que pode ter ocorrido.

    1. Olá Carlos, que experiência interessante.
      Daqui podemos tirar várias lições importantes. Não faço ideia de qual instituição este procedimento ocorreu, da mesma forma que desconheço os profissionais. Porém o fato é que preciso reconhecer que o procedimento foi conduzido de forma muito adequada. Existem situações de emergência que podem ocorrer durante a intubação traqueal. Apesar de raras, elas podem acontecer. E o que torna o procedimento seguro é ter uma equipe preparada, não apenas a reconhecer a situação de emergência, como também saber dar a conduta adequada.
      Pelo teu relato, podemos apenas supor o que aconteceu. A partir destas suposições, imagino que você tenha o que é chamado de “via aérea difícil”. O que torna difícil o ato de intubar. A primeira regra de segurança, ao se defrontar com esta situação é “PEDIR AJUDA”. O que o colega fez. Ao fazer isto, não apenas um outro especialista anestesista vem à sala, mas toda uma sequência é acionada, com equipe de enfermagem trazendo equipamentos e materiais para esta situação de emergência. Entre eles, a opção de uso de fibroscópio (laparoscopia). Equipe treinada, material adequado em mãos, emergência resolvida. Tão resolvida que o procedimento seguiu sem interrupções.
      Para o anestesista, só mais um dia de trabalho. Mas o colega cirurgião deve ter se assustado. rsss. Sem problemas.
      O fato de que foi um sucesso é que você está aqui conversando, sem sequelas.
      Minhas sugestões:
      1) Converse com o médico anestesista que te acompanhou no dia para que ele esclareça tuas dúvidas. É ele quem tem todas as informações precisas em mãos. Vale a pena a conversa. Inclusive vai te acalmar.
      2) Se tiver que fazer outra cirurgia, não se preocupe. Porém é importante relatar ao anestesista o que aconteceu, e avisar que você tem “via aérea difícil”. Assim, antes de começar, ele já prepara todo o ambiente, e já começam com toda a equipe a disposição. O que acelera o processo e evita situações como esta.
      Desejo sucesso a você e muita saúde!

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