Controle de Crises Coreicas no Intraoperatório

Introdução à Doença de Huntington (DH) e Movimentos Involuntários

A Doença de Huntington (DH) é uma condição neurodegenerativa hereditária marcada por alterações genéticas no gene HTT, que resultam em acúmulo da proteína huntingtina em regiões do cérebro, especialmente nos núcleos da base. Essa patologia se traduz em sintomas motores, cognitivos e comportamentais. Do ponto de vista motor, os movimentos involuntários são característica central, manifestando-se na forma de coreia — contrações abruptas, irregulares e imprevisíveis. Em Doença de Huntington: Como os Movimentos Involuntários Impactam a Anestesia?, investigamos de que modo tais episódios coreicos (e, eventualmente, outras manifestações hipercinéticas) influenciam o manejo anestésico, desde a indução até o pós-operatório. 

Fisiopatologia dos Movimentos Involuntários na DH

A mutação que leva à expansão do trinucleotídeo CAG no gene da huntingtina provoca degeneração neuronal, sobretudo no estriado, afetando o equilíbrio entre as vias excitatórias e inibitórias da motricidade. Como consequência, surgem movimentos coreicos (de “dança”) que podem ser leves e intermitentes ou severos e contínuos em fases avançadas. O grau de envolvimento motor varia, e muitos pacientes também apresentam rigidez, distonia ou bradicinesia em estágios mais avançados. Em Doença de Huntington: Como os Movimentos Involuntários Impactam a Anestesia?, é essencial avaliar a intensidade e a frequência dos movimentos para planejar uma imobilização segura no transoperatório. 

Avaliação Pré-Operatória e Graus de Movimentação

Antes de qualquer procedimento cirúrgico, o anestesiologista coleta informações sobre o histórico da DH, grau de coreia, medicações em uso (p. ex., antipsicóticos, tetrabenazina, benzodiazepínicos) e possíveis comorbidades. Em particular, verifica se o paciente sofre de crises de agitação, alterações psiquiátricas severas ou status nutricional comprometido. Em Doença de Huntington: Como os Movimentos Involuntários Impactam a Anestesia?, a existência de movimentos involuntários intensos demanda maior cautela no momento de posicionar o paciente na mesa cirúrgica, garantir acesso venoso e, eventualmente, optar por indução anestésica rápida para conter a atividade motora. 

Impactos na Indução Anestésica

A indução anestésica em pacientes com DH pode ser dificultada caso o paciente exiba coreias vigorosas que impeçam a tranquilidade necessária à laringoscopia ou à punção venosa. Alternativamente, pode-se recorrer a sedação pré-indução (midazolam, por exemplo) ou anestesia inalatória rápida (mask induction, se adequado ao caso) para atenuar movimentos involuntários. Em Doença de Huntington: Como os Movimentos Involuntários Impactam a Anestesia?, a seleção do relaxante muscular (rocurônio, cisatracúrio) deve ser cuidadosa, com monitorização de TOF (Train-of-Four), pois a forma e a frequência dos movimentos podem mascarar a aferição do bloqueio. Caso necessário, o uso de videolaringoscopia pode reduzir a manipulação e evitar lesões durante a intubação. 

Manutenção Anestésica e Ajustes para Movimentos Coreicos

Durante a manutenção anestésica, uma profundidade apropriada pode suprimir ou reduzir significativamente os movimentos involuntários, promovendo a imobilidade cirúrgica desejada. Agentes inalatórios (sevoflurano, desflurano) ou TIVA (propofol + opioide de curta duração) permitem ajuste fino. Se mesmo anestesiado, o paciente ainda exibir espasmos ou coreias leves, pode-se recorrer a doses adicionais de hipnótico ou a relaxamento neuromuscular, sob monitorização. Em Doença de Huntington: Como os Movimentos Involuntários Impactam a Anestesia?, a analgesia multimodal também minimiza estímulos dolorosos que potencializem reflexos involuntários. 

Uso de Bloqueadores Neuromusculares e Monitorização

Embora não haja evidências de hipersensibilidade ou resistência específicas na DH, alguns relatos sugerem cautela na administração de succinilcolina, pois distúrbios neurológicos podem alterar a resposta a bloqueadores despolarizantes. Ainda assim, o risco de hiperpotassemia fulminante não é tão descrito quanto em outras miopatias. Em Doença de Huntington: Como os Movimentos Involuntários Impactam a Anestesia?, o anestesiologista geralmente opta por relaxantes não despolarizantes de meia-vida intermediária, controlando atentamente a profundidade do bloqueio via TOF para evitar bloqueio residual que agrave possíveis deficits motores no despertar. 

Possibilidade de Anestesia Regional e Movimentações

Para procedimentos nos membros, a anestesia regional pode ser benéfica se o paciente apresentar coreias leves ou conseguir manter-se relativamente imóvel durante a punção. No caso de blocos neuraxiais (raquiperidural), movimentos bruscos podem dificultar a punção. O uso de ultrassonografia para bloqueios periféricos, associado a sedação leve, pode fornecer analgesia adequada sem necessidade de anestesia geral. Em Doença de Huntington: Como os Movimentos Involuntários Impactam a Anestesia?, essa escolha depende, sobretudo, da colaboração do paciente, do tipo de cirurgia e da gravidade dos movimentos. 

Pós-Operatório e Monitorização do Despertar

No pós-operatório, a persistência ou retomada dos movimentos involuntários pode dificultar a extubação se a anestesia geral foi usada. É imprescindível assegurar que o paciente retome a consciência, a ventilação e a proteção de vias aéreas sem risco de trauma acidental caso surja coreia ao despertar. A analgesia deve ser balanceada (AINEs, paracetamol, opioides leves), evitando sedação excessiva que prolongue a instabilidade motora e a confusão mental. Em Doença de Huntington: Como os Movimentos Involuntários Impactam a Anestesia?, o risco de delirium ou agitação pós-operatória se acentua em doentes com quadro neurológico avançado, demandando ambiente calmo, monitorização e presença de cuidadores/familiares sempre que possível. 

Exemplos de Manejo Prático

 
  1. Procedimento Ortopédico de Médio Porte: Paciente com DH moderada, coreia leve a moderada. Utiliza-se anestesia geral com indução venosa (fentanil + propofol), rocurônio monitorado por TOF para entubação. Ao longo do procedimento, se surgirem movimentos, aumenta-se ligeiramente a profundidade anestésica ou reforça-se o relaxante. O despertar é acompanhado de analgesia multimodal e verificação de reflexos protetores, para evitar extubação precoce durante movimentos involuntários.
  2. Procedimento de Mão ou Punho: Pode ser conduzido sob bloqueio de plexo braquial guiado por ultrassom + sedação leve. Se a coreia for discreta, é possível estabilizar o membro com auxílio, mantendo analgesia de alta qualidade e reduzindo a exposição a fármacos sistêmicos.
 

Conclusões e Recomendações Finais

Em Doença de Huntington: Como os Movimentos Involuntários Impactam a Anestesia?, o planejamento anestésico demanda atenção aos movimentos coreicos e às alterações cognitivas e comportamentais, ajustando técnicas que evitem complicações durante a indução, a manutenção e o pós-operatório. A manipulação e a punção devem ser feitas cuidadosamente, muitas vezes com sedação inicial para conter reflexos involuntários. O uso de relaxantes neuromusculares, monitorizados pelo TOF, e analgesia multimodal minimiza riscos de bloqueio residual e depressão respiratória. Com uma abordagem individualizada e multidisciplinar, é possível oferecer um procedimento seguro, eficiente e com o menor desconforto possível para o paciente com Huntington.

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