Anestesia para Procedimentos de Pequeno Porte em Pacientes com CMT

Introdução: O Contexto dos Procedimentos de Pequeno Porte em CMT

A Doença de Charcot-Marie-Tooth (CMT) é uma neuropatia periférica hereditária que compromete a condução nervosa, resultando em fraqueza e atrofia distal, possíveis deformidades nos pés e nas mãos, além de alterações sensitivas. No campo anestésico, as preocupações crescem em procedimentos maiores, mas até em cirurgias menores ou ambulatoriais, a administração de anestésicos deve ser cautelosa. Em Anestesia para Procedimentos de Pequeno Porte em Pacientes com CMT, discutimos como planejar abordagens de sedação, analgesia local ou bloqueios regionais, visando minimizar riscos e oferecer conforto, sem prejudicar a função neuromuscular remanescente. 

Características Clínicas Relevantes

Ainda que as intervenções sejam de “pequeno porte”, os pacientes com CMT podem exibir deformidades (ex.: pé cavo), limitações de mobilidade e sensibilidade anômala. Se o procedimento envolver extremidades inferiores ou superiores, essas distorções anatômicas e fraqueza distal podem exigir maior atenção no posicionamento e na escolha da via anestésica. Em Anestesia para Procedimentos de Pequeno Porte em Pacientes com CMT, a identificação do grau de comprometimento motor e a investigação de disfunções respiratórias ou cardiovasculares associadas asseguram um planejamento seguro. 

Opções de Abordagem Anestésica: Local, Regional ou Sedação

 
  1. Anestesia Local e Sedação Leve: Em procedimentos curtos (biópsias, pequenas intervenções de pele, correções pontuais), a infiltração local de anestésico e uma sedação leve (midazolam em bolus, por exemplo) geralmente bastam, se a colaboração for possível.
  2. Bloqueio Regional Isolado: Caso se trate de intervenções em extremidades, um bloqueio de plexo ou troncular pode oferecer analgesia eficaz sem necessitar sedação pesada. Contudo, deformidades podem dificultar a localização do nervo.
  3. Anestesia Geral: Se o paciente não colabora, apresenta alto risco de dor intensa ou o procedimento exige manipulação mais agressiva, a anestesia geral pode ser a escolha, mesmo para cirurgias de menor porte.
Em Anestesia para Procedimentos de Pequeno Porte em Pacientes com CMT, a análise de risco x benefício direciona qual estratégia minimiza complicações e oferece analgesia adequada. 

Sedação e Suporte Respiratório

Para cirurgias ambulatoriais, a sedação consciente ou moderada assegura tranquilidade e analgesia, sem suprimir completamente a respiração espontânea. O anestesiologista monitora ECG, oximetria, e se possível capnografia, para detectar hipoventilação precoce. Em CMT, a fraqueza muscular não costuma ser tão severa a ponto de exigir ventilação mecânica prolongada, mas é preciso cautela, pois a depressão pela sedação, mesmo leve, pode causar problemas em alguns subtipos de CMT com envolvimento respiratório discreto. Em Anestesia para Procedimentos de Pequeno Porte em Pacientes com CMT, a analgesia local ou regional soma-se à sedação leve (por ex., propofol em infusão baixa ou bolus de midazolam + fentanil), evitando altos picos de opioides que deprimirão drive respiratório. 

Bloqueio Regional: Vantagens e Cautelas

Os bloqueios periféricos (ex.: tornozelo, punho, bloqueios de plexo) evitam a necessidade de anestesia geral, fornecendo analgesia prolongada em cirurgias de extremidades. Porém, na CMT, há preocupações:
  1. Disfunção Sensitiva: O feedback de parestesia na técnica clássica pode ser pouco confiável.
  2. Neuroestimulação: Resposta motora pode ser fraca ou inexistente, mesmo que o nervo esteja próximo da agulha.
  3. Ultrassom: Em Anestesia para Procedimentos de Pequeno Porte em Pacientes com CMT, o uso de ultrassom aumenta a segurança, permitindo ver o nervo e ajustar o volume de anestésico local. Quando bem-sucedido, o bloqueio regional garante analgesia segmentar, reduz a necessidade de opioides e facilita alta rápida em regime ambulatorial.
 

Anestesia Geral em Cirurgias Curtas

Caso o doente apresente limitações de posicionamento ou não coopere, a anestesia geral pode ser considerada, mesmo em procedimentos considerados menores. O anestesiologista planeja doses reduzidas de agentes hipnóticos (propofol, inalatórios em baixas concentrações) e titula relaxantes musculares não despolarizantes com TOF (Train-of-Four) para evitar bloqueio residual. Em Anestesia para Procedimentos de Pequeno Porte em Pacientes com CMT, a reversão final (sugammadex ou neostigmina, conforme o caso) previne fraqueza prolongada no pós-operatório. Como em toda anestesia geral, o cuidado com hipotermia e estabilidade hemodinâmica deve ser contínuo. 

Manutenção de Normotermia e Posição Cirúrgica

Mesmo em cirurgias ambulatoriais breves, hipotermia acidental pode prolongar o tempo de metabólitos anestésicos no organismo e atrapalhar a recuperação neuromuscular. Providenciar cobertores aquecidos, soro aquecido e manter uma temperatura adequada na sala cirúrgica ajuda a manter a termorregulação. Sobre o posicionamento, a presença de deformidades (pé cavo, artropatias) requer coxins e cuidados para não gerar pressão em proeminências ósseas. Em Anestesia para Procedimentos de Pequeno Porte em Pacientes com CMT, a atenção ao posicionamento reduz risco de feridas, compressões e agravo de deficits sensitivos. 

Analgesia no Pós-Operatório e Alta

Devido ao caráter ambulatorial de muitos procedimentos de menor porte, a analgesia no pós-operatório se baseia em anti-inflamatórios (AINEs), paracetamol e opioides orais, quando necessário. O anestesiologista deve orientar o paciente e/ou cuidadores a reconhecer sinais de fraqueza persistente ou dor inadequada. Em Anestesia para Procedimentos de Pequeno Porte em Pacientes com CMT, a alta só é concedida após assegurar que a dor está controlada, a consciência e a função motora retornaram ao normal e não há sinais de complicações respiratórias. Se houver qualquer dúvida quanto à segurança, o paciente permanece em observação hospitalar por mais tempo. 

Cenários Práticos

 
  1. Extracção de Dedo do Pé (ex.: unha encravada): um bloqueio do tornozelo ou sedação leve com lidocaína local pode ser suficiente. A monitorização mínima (oxímetro, ECG, PA) garante a detecção de eventuais intercorrências. O paciente retoma deambulação assistida ao fim, recebendo alta no mesmo dia.
  2. Pequena Cirurgia em Mão ou Antebraço: Pode ser adotado um bloqueio de plexo braquial (axilar ou infraclavicular) guiado por ultrassom. Caso a resposta motora seja fraca, o ultrassom torna-se mais confiável do que a neuroestimulação. Uma sedação leve pode acompanhar, desde que se mantenha vigilância respiratória e analgesia complementar com paracetamol ou AINEs.
 

Conclusões e Recomendações

Em Anestesia para Procedimentos de Pequeno Porte em Pacientes com CMT, o anestesiologista equilibra a necessidade de analgesia e conforto, evitando excesso de sedativos ou relaxantes que prolonguem a fraqueza ou complicações respiratórias. Bloqueios regionais guiados por ultrassom, sedação leve e analgesia multimodal emergem como opções eficazes em muitos casos. A monitorização apropriada (TOF, parâmetros vitais) e a manutenção de normotermia completam o manejo seguro, possibilitando alta precoce e mínima agressão ao sistema neuromuscular do paciente. Dessa forma, mesmo intervenções breves podem ser realizadas com alto índice de sucesso e satisfação, sem agravar a neuropatia subjacente.

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